O nível de produção de lixo eletrônico no mundo deverá chegar a 120 milhões de toneladas ao ano em 2050 se as tendências atuais continuarem as mesmas. Esta é a previsão feita por um relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (Pace) e da Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico, divulgado em 2019.
De acordo com o professor da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP, Eduardo Ferro, a solução para alcançar a sustentabilidade está intimamente ligada à educação, à conscientização e à instalação de lugares destinados à recuperação, reaproveitamento e destino adequado desses equipamentos. Há três anos ele vem trabalhando na criação de um espaço como este, que se tornou realidade no final de 2019.
Eco Maker Space
Inaugurado em novembro, o Eco Maker Space é um projeto da EEL realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Lorena no anexo da Escola Profissionalizante Milton Ballerini, no centro da cidade. O local recebe eletrônicos em desuso que, após análise, são encaminhados a um fim adequado. Dentre as ações possíveis estão a recuperação a partir de peças retiradas de outros equipamentos. Permuta a quem interessar, logística reversa (devolução ao fabricante), trabalhos artesanais, reciclagem e educação. Além disso, as atividades propõem compartilhar conhecimento por meio de oficinas, exposições, palestras e workshops.
“Existem muitos pontos de coleta de eletrônicos espalhados em diversas cidades. Mas um ponto de coleta que serve também como espaço de educação, o Eco Maker Space é o primeiro no País”, afirma o professor. “Não será um local só para descarte e depósito de equipamentos, será um local onde as pessoas possam fazer pesquisa, aprender e empreender.”
Alunos bolsistas e voluntários auxiliam nas ações do Eco Maker Space, sob a coordenação de professores, também voluntários. O Centro Acadêmico de Engenharia Ambiental (CAEA) foi a primeira entidade da EEL a aderir ao projeto. O CAEA já realizou uma oficina com alunos da Associação de Atendimento da Criança e do Adolescente de Lorena. Outras oficinas já estão sendo agendadas com instituições da região.
O professor Ferro projeta para um futuro próximo a criação de uma rede de colaboração, de modo que um ‘Eco Maker Space’ possa ser implementado em qualquer escola ou cidade. “Vivemos em uma era onde o meio ambiente não é mais tratado de forma isolada. Além disso, estamos preocupados com a sustentabilidade, que engloba, além do meio ambiente, a economia e a sociedade. Sustentabilidade é a palavra que veio para ficar como substituta da palavra desenvolvimento”, afirma.
Quais itens o Eco Maker Space aceita?
De acordo com a página do projeto, podem ser encaminhados ao espaço equipamentos de informática (computadores e acessórios) e celulares. Além disso, o espaço recebe eletroeletrônicos (som, vídeo, fax etc.), brinquedos, dentre outros equipamentos caracterizados como eletrônicos. Ainda não é possível receber televisores ou equipamentos elétricos de grande porte, como geladeira, fogão, ar condicionado, micro-ondas.
A doação de equipamentos eletrônicos é feita em horários programados ou por meio de campanhas de recolhimento na cidade. A participação nas oficinas e cursos também segue a agenda programada, com atividades destinadas a diversos públicos. A visita de escolas pode ser agendada diretamente com a equipe do projeto.
Fonte: Jornal da USP
muito importante essa iniciativa a qual deveria ser olhada com bons olhos por todo Brasil, acredito que todas as casa existe sempre algum lixo eletrônico e infelizmente quando vão para o lixo vai misturado sem a devida coleta seletiva, espero que esse projeto cresça mais e mais.